Em uma crise de ódio pela perda da irmã, o irmão da moça, resolveu lavar a honra da família e da menina. Ele procurou Ziegland e o atacou, atirando nele em seguida.
O irmão, acreditando ter assassinado o ex-cunhado desesperou-se ao imaginar que a pena para assassinato naquele tempo era a forca, além da desonra completa da família. Em uma atitude ainda mais impensada, ele virou a arma contra a própria boca e puxou o gatilho. Um estrondo se seguiu e tudo escureceu.
O silêncio pairou na pequena mata aos fundos da casa da família de Ziegland. Dois corpos jaziam no chão. Foi quando um deles subitamente se moveu. Era Ziegland. A bala por um milagre havia transpassado sua bochecha e encravado numa árvore.
Ao perceber o que havia acontecido, Ziegland sentiu-se um felizardo.
Após o triste episódio com a família da moça tendo que efetuar dois enterros com suicídios na família, Ziegland começou a sentir-se mal por ter causado tamanha desgraça. Sempre que ele passava pela árvore, via o buraco da bala e sofria, relembrando suas falsas promessas para a moça e sua luta com o jovem e intempestuoso rapaz, que no fundo, só queria saber a razão daquilo.
A árvore era enorme, e por mais que ele a evitasse, ela sempre estava lá, aos fundos da casa, a importunar-lhe as memórias.
Muitos anos passaram-se e Ziegland resolveu terminar com aquilo. Ele resolveu cortar fora a árvore. Só que seu tronco era tão grande, que a tarefa lhe pareceu impossível.
Foi quando uma idéia brilhante ocorreu. Ele comprou algumas bananas de dinamite e resolveu mandar a árvore pelos ares. Contratou então dois rapazes especializados em demolição com dinamite.
Ziegland só queria se livrar daquele sofrimento psicológico e então optou por acompanhar de perto a demolição da árvore e suas lembranças ruins.
Os rapazes instalaram a dinamite ao longo de uma volta do tronco da pesada árvore. Desenrolaram o pavio e ficaram a uma distância segura.
Ziegland deu uma última olhada para a enorme árvore e a sua mente voltou ao dia em que tentaram matá-lo sem sucesso sob ela.
Tentando livrar-se das memórias ruins, ele então fez um gesto de positivo para os rapazes, que acionaram o detonador. Assim que o detonador tocou a base de metal, uma explosão seca aconteceu e fumaça surgiu ao redor da árvore.
A enorme árvore tombou.
Ziegland também tombou com um buraco na testa.
Ao explodir a árvore, o projétil, que 20 anos antes havia atravessado a bochecha dele se alojando no tronco foi novamente disparado. Desta vez atingindo em cheio seu destino, embora com alguns anos de atraso.
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